quinta-feira, 23 de agosto de 2012


Mito
Fenômenos psíquicos que revelam a natureza da psique e condensam as experiências milenares pelas quais os humanos passaram e ainda passam.

Mito do herói:
Um jovem destrói o monstro devorador e vence poderes das trevas para conquistar a princesa ou o tesouro com o qual se tornará o futuro rei.

Relata a missão e os perigos que vai enfrentar para cumpri-la. Na realidade, mostra o triunfo da consciência sobre as forças aprisionadas no inconsciente.

Exemplo: historia bíblica de Jonas. A viagem acontece pelo mar da noite que simboliza o inconsciente. Ser engolido ou penetrar no ventre da baleia representa uma regressão ao útero e um afastamento do interesse pelo mundo exterior, ou seja, significa mergulhar no inconsciente.

Dentro da barriga, o herói procura alimento e calor, o que simboliza o esforço da adaptação ao mundo psíquico interior, mundo dos desejos, emoções e instintos.

Vencer a partir de dentro da baleia (devoradora do inconsciente) é a conquista a adaptação a esse mundo interno.

Ele corta um órgão vital da baleia que é obrigada a ir morrer numa praia. Em terra firme, rasga o ventre e se salva. A saída do ventre conta com a ajuda de um pássaro, o que representa a chegada do novo e tudo acontece ao nascer do sol.

Esse mito serve para quando precisamos enfrentar novos desafios que podem parecer intransponíveis. Às vezes o individuo deve regredir, recuar para tomar folego e tentar um salto maior à frente. 

quarta-feira, 22 de agosto de 2012


Símbolos

Psique: constante atividade – produzindo símbolo continuados

Sinal: significado fixo – abreviação de algo conhecido e comumente aceito.

Símbolo: expressão indefinida com vários significados. Algo oculto que pode ser desvendado.  É próprio de cada pessoa e especifico no momento de sua vida.

É errado interpretar símbolos sem conhecer a pessoa e o contexto que ele surgiu (ex. sonho)

Significa “aquilo que une”. Ele liga as partes do consciente com o inconsciente. Forma de expressão.

Atitude simbólica: considerar determinado fenômeno como símbolo. Ego aberto e disposto a acolher e elaborar símbolos do inconsciente para se desenvolver.

Onde podemos encontrar os Símbolos? Nos sonhos, relacionamentos, ideias, emoções, sentimentos, no corpo, natureza, rituais, times, insígnias, brasões, etc.

Objetos sagrados usados em rituais como transformadores de energia: estatuetas, amuletos, mascaras, fetiches, totens.

No livro de Jung “Símbolos da transformação”, há um trecho sobre ritual de fertilidade usado por índios na Austrália:
“Eles cavam um buraco no chão, ao redor do qual colocam alguns arbustos para imitar as genitais femininas. Durante uma noite inteira eles dançam ao redor desse buraco empunhando suas lanças como pênis eretos, atiram-nas dentro do buraco e gritam no seu linguajar: “não é um buraco... mas uma vulva”. Por meio do buraco, os índios fazem uma analogia com a genitália feminina, o objeto do instinto natural. Não há duvida que se trata de uma canalização de energia e de sua transferência para um análogo do objeto original por meio da dança”.

Funções Psicológicas

São utilizadas pela psique consciente, devido à necessidade de adaptação à vida interior e exterior.

É tudo aquilo que o ego usar para relacionar-se consigo mesmo, com o mundo e com os outros. Serve para se orientar, organizar e experimentar a vida.

“A sensação estabelece o que é essencialmente dado (fato), o pensamento possibilita reconhecer o seu significado, o sentido revela o seu valor e, finalmente, a intuição aponta para as possibilidades do porque e do até onde, que residem nos fatos imediatos.”

Pensamento (julgamento) / Sentimento (valor) – racional, reflexão, leis da razão, busca o que é razoável, correto.

Sensação (percepção pelos órgãos dos sentidos)/ Intuição (percepção inconsciente) – irracionais, fluxo dos acontecimentos.

Sensação: diz que algo existe
Pensamento: revela o que é esse algo
Sentimento: mostra o seu valor
Intuição: indica suas possibilidades

A função principal ou superior é aquela que aparece com mais frequência no dia a dia, e será usada para resolver problemas e para se relacionar.

A função auxiliar ou secundarias: são inconscientes e podem ser desenvolvidas com o tempo.

A função inferior:  é a oposta a principal

Tipos psicológicos

É maneira como mais comumente a pessoa funciona, se relaciona com o outro. 

Todos temos as duas atitudes, mas uma é dominante na consciência.

Extrovertido: Tem facilidade em lidar com o outro. Comporta-se de maneira confiante.  O interesse primeiro volta-se para fora e depois para si próprio. Gosta de estar com varias pessoas. Tem interesse por ideias e opiniões. Protegem-se para não serem dominados por outras pessoas e são muito mais facilmente convencidos.

Introvertido: Não pode ser confundido com timidez ou medo. Não toma iniciativa de contato com o outro. O interesse primeiro é para dentro e depois para o relacionamento com o outro.  O problema de tais pessoas é viver de forma exagerada em seu mundo interior, perdendo o contato com o mundo exterior e com os estímulos que lhe são inferidos

Convém que em algum momento da vida o extrovertido passe a se enxergar na situações da vida e que o introvertido se deixe levar pelas situações. 

Sombra

É o centro do inconsciente pessoal.

Em sonhos pode aparecer como monstro, ladrão ou força destrutiva.

Ao invés de reconhecermos o nosso lado sombra, tendemos a esconder e a afastar de nossa consciência e dos outros tudo o que é demoníaco em nós mesmos:  fraquezas, invejas, ambição, ciúme, sentimentos de poder, ideias cruéis e assassinas, ações moralmente condenáveis, etc. Assim preservamos nossa imagem idealizada de bonzinhos.

Lembrando que pode haver características positivas na sombra.

Negligenciar nossa própria sombra nos traz um sentimento de culpa. Precisamos aceitar a sua existência.

Caso clinico: rapaz, 16 anos – paciente de Jung. Sonhou 2x com o diabo: “estou andando numa rua desconhecida. Esta escuro e ouço passos atrás de mim. Amedrontado, me apresso. Os passos aproxima-se e meu medo aumenta. Começo a correr, mas parece que os passos vão alcançar-me. Finalmente, ao me virar, defronto-me com o diabo. Aterrorizado, salto no mar e permaneço em suspensão. 

Após o sonho o jovem desenvolveu uma neurose obsessiva, passou a ter manias de limpeza e praticar rituais. Ocupado com os rituais de limpeza, estava em um estado provisório e incontaminado de pureza, ficando em “suspensão”, sem relação com o mundo. Sem os rituais, entrava em estado de alta ansiedade.

Interpretação do sonho: se ele desejar descer novamente à terra, deveria fazer um pacto com o diabo. Entrar em contato com sua própria sombra, neste caso personificado pelo diabo (pecado e todo o mal)

Para Jung uma pessoa não se ilumina simplesmente imaginando figuras de luz, mas iluminando a escuridão.
Para não se confrontar com a sombra o ego utiliza mecanismos de defesa como a projeção (mal esta no outro), negação (nega o problema), repressão (reprime no inconsciente o que não lhe convém).

Self (si mesmo)

É o centro da personalidade. Manifesta-se pelos instintos.

Arquétipo: A “voz” de Deus, mandalas (representa totalidade), etc.

Abrange o consciente e o inconsciente. É o centro do total.

Chegar ao autoconhecimento é conhecer o próprio self.

Para Jung consciente e inconsciente não estão necessariamente opostos um ao outro, mas completam-se mutualmente para formar uma totalidade: o self.

Self é um organizador central que coordena as ações, trocas e relações de vários aspectos da personalidade. É responsável pela adaptação possível nas diversas fases do desenvolvimento ao longo da vida.

Pode expressar-se pelos sonhos em figuras de sabedoria e superioridade (deus, deusas, etc)

Self é o objetivo da vida.

Anima e Animus

Jung, enquanto escrevia “Memorias”, ouviu uma voz feminina dentro de si:

“Refleti que se tratava da alma, no sentido original do termo. Compreendi posteriormente que essa figuração feminina em mim correspondia a uma personificação típica no inconsciente do homem e designei-a pelo termo Anima. A figura correspondente, no inconsciente da mulher, chamei de Animus.”

Anima: figura feminina no homem (Afrodite, Helena de Troia, Maria)

Animus: figura masculina na mulher (Hercules, Romeu, Apolo)

Definem o tipo de relação porque define o modelo de relação que teremos com o mundo dos afetos (para os homens) e com o mundo das idéias (para as mulheres)

O menino tenderá a identificar-se com seu pai, e terá a mãe vinculada à figura interna da Anima. A personalidade da mãe real marcará as principais características de sua Anima, ou seja, de sua forma de lidar com as mulheres e com os sentimentos. 

Na menina o Animus atua de forma parecida. O pai representa a visão de mundo, as idéias, a ideologia que toda pessoa, consciente ou não, tem a respeito da vida.

Características

Animus: ativo, rígido, cobrador, ligado à razão, à lógica, usar mais o amor condicional, buscar o conflito, a agressividade e a destruição.

Animus negativo: rigidez, autoritarismo nas opiniões.

Ânima: sensualidade, paciência, passiva, flexível, tolerante, ligada ao sentimento, à intuição, usa mais o amor incondicional, evita o conflito, é protetora do mundo afetivo e ligada à criação

Anima negativa: vaidade exagerada, alterações de humor, explosões emocionais, caprichos.


“Nenhum homem consegue argumentar por mais do que cinco minutos com um Animus negativo, sem se tornar vitima da sua própria Anima.” Jung

Arquétipos

O que é?

Existe um número inimaginável de arquétipos, dentre os quais: pai, mãe, herói, criança, Deus, demônio, nascimento, morte, renascimento, sábio, embusteiro, sol, lua.

Arquétipo: Dentro do inconsciente coletivo há "estruturas" psíquicas ou arquétipos. Tais arquétipos são formas sem conteúdo próprio que servem para organizar ou canalizar o material psicológico. Jung também chama os arquétipos de imagens primordiais, porque eles correspondem frequentemente a temas mitológicos que reaparecem em contos e lendas populares de épocas e culturas diferentes. De acordo com Jung, os arquétipos, como elementos estruturais formadores que se firmam no inconsciente, dão origem tanto às fantasias individuais quanto às mitologias de um povo. 

Todo arquétipo traz características positivas e negativas, por exemplo, você pode querer ser o príncipe da Branca de Neve, com o cavalo branco e tudo, mas também existe uma imagem e um medo de que este vire um sapo, ou que o romance acabe como o de Romeu e Julieta

Tipos:

Jung diz que todo ser humano tem cinco arquétipos principais (A Sombra, A Anima, O Animus, A Persona, O Eu) que se combinam formando seu caráter:

Sombra: “o que eu não desejo ser”. Lado negativo da personalidade.

Anima: figura feminina no homem (Afrodite, Helena de Troia, Maria)

Animus: figura masculina na mulher (Hercules, Romeu, Apolo)

Persona: mascara que a pessoa coloca para enfrentar o mundo

Eu: (ou ego) centro da consciência

Para Vyctoria Lynn Schmidt:

Arquetipos masculinos: O Homem de Negócios, O Traidor (lado negro do Homem de Negócios, O Protetor, O Gladiador (lado negro do Protetor), O Recluso, O Bruxo (lado negro do Recluso), O Tolo, O Abandonado (Lado negro do Tolo), O Homem das Mulheres, O Sedutor (lado negro do Homem das Mulheres), O Messias Masculino, O Justiceiro (lado negro do Messias Masculino), O Artista, O Abusado (Lado negro do Artista), O Rei, O Ditador (lado negro do Rei)

Arquetipos femininos: A Musa Sedutora, Femme Fatale (lado negro da Musa Sedutora), A Amazona, A Górgon (lado negro da Amazona), A Filha do Pai, A Traiçoeira (lado negro da Filha do Pai), A Cuidadora, Mãe hiper-controladora (lado negro da Cuidadora), A Matriarca, A Desprezada (Lado negro da Matriarca), A Mística, A Traidora (lado negro da Mística), O Messias Feminino, A Destruidora (lado negro do Messias Feminino), A Donzela, A Adolescente problema (lado negro da Donzela)

Cinderela (gata borralheira)

Anseio natural da psiquê humana em ser reconhecida especial e levada a uma existência superior.
Arquétipo feminino da passividade e fragilidade, Rivalidade feminina (a vaidade das irmãs, a atenção do pai, a disputa pelo príncipe).

Sendo servil à madrasta e às irmãs, ela é sempre eficiente e medrosa, o que se espera de uma menina bem criada e educada. O modelo de comportamento apregoado é o da dona de casa submissa as situações nefastas que a vida impõe. Borralheira não tem amigos, apenas os animais domésticos são seus companheiros, sua vida social é nula, relacionar-se com outras pessoas fora a madrasta e as irmãs seria o mesmo que estar em pé de igualdade com os outros e a figura da Borralheira está sempre em uma posição inferior.

Um dos maiores méritos de “Borralheira” é que, independente da ajuda mágica que ela recebe, a criança compreende que é fundamentalmente pelos próprios esforços, e por ser quem é, que Borralheira consegue transcender de modo magnífico sua condição degradada, apesar dos obstáculos aparentemente insuperáveis. 

Cinderela é uma personagem frágil e dependente, que não faz nada em relação aos maus-tratos das irmãs e da madrasta. Mas tudo isto apenas a engrandece: as atitudes más das três mulheres contrastam com as características de Cinderela dando ideia de que ela é uma mulher que está no topo de todas as virtudes.(com quem o homem quer casar)

Permanecem vivos os ideais da sociedade patriarcal: a criança e a mulher devem ser submissas, o poder deve ser divino e masculino.

A madrasta representa a parte má da mãe. A fada madrinha de Cinderela é a imagem arquetípica da mãe com seu lado bom. Ela tem o papel de vestir Cinderela lhe proporcionar a felicidade.

Complexo de Cinderela

Atitudes e temores reprimidos que impede as mulheres de utilizarem plenamente seus intelectos e criatividade. Esperar que algo externo transforme sua vida!

INCONSCIENTE PESSOAL E COLETIVO

O que é inconsciente pessoal?
São lembranças perdidas, reprimidas, evocações dolorosas, percepções que, por assim dizer, não ultrapassaram o limiar da consciência, isto é, percepções dos sentidos que por falta de in­tensidade não atingiram a consciência e conteúdos que ainda não amadureceram para a consciência.

O que é inconsciente coletivo?
É a camada mais profunda da psique. Ele é constituído pelos materiais que foram herdados, e é nele que residem os traços funcionais, tais como imagens virtuais, que seriam comuns a todos os seres humanos.
São as conexões mitológicas, os motivos e imagens que podem nascer de novo, a qualquer tempo e lugar, sem tradição ou migração histórica.

O inconsciente coletivo complementa o inconsciente pessoal, e muitas vezes se manifesta igualmente na produção de sonhos. Desta forma, enquanto alguns dos sonhos têm caráter pessoal e podem ser explicados pela própria experiência individual, outros apresentam imagens impessoais e estranhas, que não são associáveis a conteúdos da história do indivíduo. 
Jung demonstrou que a evolução e a hereditariedade determinam a linha de ação da psique, assim como o fazem com o corpo físico. A mente, através de seu mediador, o cérebro, herda as características que determinam de que forma uma pessoa reagirá às experiências de vida, configurando-a previamente pela evolução. O homem está ligado ao seu passado pessoal, ao passado de sua espécie e à longa cadeia da evolução orgânica.
Este inconsciente é como o ar, que é o mesmo em todo lugar, é respirado por todo o mundo e não pertence a ninguém.
As imagens das recordações do inconsciente coletivo são imagens não pre­enchidas, por serem formas não vividas pessoalmente pelo in­divíduo.
Exemplo:
“imagem primordial” de “mãe”: é a responsável pela nossa fácil identificação da figura materna e como reagimos a ela.
Enquanto o inconsciente pessoal consiste em sua maior parte de complexos, o conteúdo do inconsciente coletivo é constituído essencialmente de
Arquétipos.

Existe um número inimaginável de arquétipos, dentre os quais: pai, mãe, herói, criança, Deus, demônio, nascimento, morte, renascimento, sábio, embusteiro, sol, lua.

Arquétipo: Dentro do inconsciente coletivo há "estruturas" psíquicas ou arquétipos. Tais arquétipos são formas sem conteúdo próprio que servem para organizar ou canalizar o material psicológico. Jung também chama os arquétipos de imagens primordiais, porque eles correspondem frequentemente a temas mitológicos que reaparecem em contos e lendas populares de épocas e culturas diferentes. De acordo com Jung, os arquétipos, como elementos estruturais formadores que se firmam no inconsciente, dão origem tanto às fantasias individuais quanto às mitologias de um povo. 


Sincronicidade

Coincidência: é a identidade ou igualdade de duas ou mais coisas; simultaneidade de dois ou mais acontecimentos.

Sincronicidade: um fenômeno idêntico ao da "coincidência", mas significa a "simultaneidade de dois ou mais acontecimentos" identificados entre si por um mesmo significado, uma mesma idéia.

A sincronicidade difere da coincidência, pois não implica somente na aleatoriedade das circunstâncias, mas sim num padrão subjacente ou dinâmico que é expresso através de eventos ou relações significativos. Acredita-se que a sincronicidade é reveladora e necessita de uma compreensão, e essa compreensão poderia surgir espontaneamente, sem nenhum raciocínio lógico.

Coincidência significativa: Coincidências sem conexão de causa e efeito estabelecem entre si alguma relação significativa.

Ocorrência de modo consciente, no tempo e no espaço, de eventos que, embora nem sempre obedeçam às leis da causalidade, estabelecem conexões significativas do ponto de vista psicológico.

Acontecimentos que se relacionam não por relação causal e sim por relação de significado

É a experiência de ocorrerem dois (ou mais) eventos que coincidem de uma maneira que seja significativa para a pessoa (ou pessoas) que vivenciaram essa "coincidência significativa"

A primeira vez que Jung utilizou o termo sincronicidade publicamente foi em 1930, mas a primeira publicação só ocorreu em 1952, quando ele tinha 75 anos.

Exemplo:

Sonho premonitório (acidente de transito)

Astrologia
"Uma jovem paciente sonhou, em um momento decisivo de seu tratamento, que lhe presenteavam com um escaravelho de ouro. Enquanto ela me contava o sonho, eu estava sentado de costas à janela fechada. De repente, ouvi detrás de mim um ruído como se algo golpeasse suavemente a janela. Dei meia volto e vi que foi um inseto voador que chocava contra ela. Abri-a e o apanhei. Era a analogia mais próxima a um escaravelho de ouro que se pode encontrar em nossas latitudes, ao contrário de costumes habituais, se via na necessidade de entrar em uma sala escura precisamente naquele momento. Tenho que dizer que não me havia ocorrido algo semelhante nem antes nem depois disso, e que o sonho daquela paciente segue sendo um caso único em minha experiência."
"Na manhã do dia 1º de abril de 1949 eu transcrevera uma inscrição referente a uma figura que era metade homem, metade peixe. Ao almoço houve peixe. Alguém nos lembrou o costume do "Peixe em Abril" (primeiro de abril). De tarde, uma antiga paciente minha, que eu já não via por vários meses, me mostrou algumas figuras impressionantes de peixe. De noite, alguém me mostrou uma peça de bordado, representando um monstro marinho. Na manhã seguinte, bem cedo, eu vi uma outra antiga paciente, que veio me visitar pela primeira vez depois de dez anos. Na noite anterior ela sonhara com um grande peixe. Alguns meses depois, ao empregar esta série em um trabalho maior, e tendo encerrado justamente a sua redação, eu me dirigi a um local à beira do lago, em frente à minha casa, onde já estivera diversas vezes, naquela mesma manhã. Desta vez encontrei um peixe morto, de mais ou menos um pé (30 cm) de comprimento, sobre a amurada do lago. Como ninguém pôde estar lá, não tenho idéia de como o peixe foi parar ali."

Modalidade:
1. Coincidência de um estado psíquico do observador com um acontecimento objetivo externo e simultâneo, que corresponde ao estado ou conteúdo psíquico (p. ex., o escaravelho), onde não há nenhuma evidência de uma conexão causal entre o estado psíquico e o acontecimento externo e onde, considerando-se a relativização psíquica do espaço e do tempo tal conexão é simplesmente inconcebível.
2. Coincidência de um estado psíquico com um acontecimento exterior correspondente (mais ou menos simultâneo), que tem lugar fora do campo de percepção do observador, ou seja, espacialmente distante, e só se pode verificar posteriormente. (ex. ir na casa do amigo enquanto ele esta vindo para a sua)
3. Coincidência de um estado psíquico com um acontecimento futuro, portanto, distante no tempo e ainda não presente, e que só pode ser verificado também posteriormente. (ex. sonho premonitório)

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Quem foi Carl Jung?

Quem é?
Psiquiatra, psicanalista suíço. Fundou a psicologia analítica/ psicologia junguiana.
Nasceu em 26/07/1875 / Faleceu em 06/06/1961 (86 anos)
Casou-se com Ema Rauschenberc que ajudou em seu trabalho até falecer em 1955.

Freud x Jung
Envia trabalhos seus para Freud e nessa relação havia um encantamento mutuo. Trocaram 359 cartas!
O primeiro encontro entre os dois foi em 27/02/1907, esta conversa durou 13 horas.
Ficaram amigos e confidentes por 7 anos, numa relação “pai” x “filho”.

Divergência com Freud
Freud – natureza sexual de conflitos psíquicos/ busca causas/ libido: sexual/ “fechado”

Jung – fenômenos espirituais /busca direção – finalidade/ libido: energia psíquica/ “aberto”

Após separação difícil de Freud, o sentido da sua vida ficou em primeiro plano. Iniciou processo de autoanalise com gravações de pensamento, sonhos, desenhos. Fez viagens para conhecer as diversidades culturais. Descobriu similaridade em culturas diferentes e sem contato entre si. (inconsciente coletivo)

 “Os anos durante os quais me detive nessas imagens interiores, constituíram a época mais importante da minha vida e neles todas as coisas essenciais, se decidiram. Toda a minha atividade ulterior consistiu em elaborar o que jorrava do inconsciente naqueles anos.” Jung

Nazismo
Em 1933 (até 1938) assumiu na Alemanha (após A. Hitler) a presidência da Sociedade Médica Internacional Geral da Psicoterapia. O que causou polemica, pois era apontado por alguns como antissemita. Em 1940 publicou “Psicologia e religião” e sua obra foi interditada e queimada pelo nazismo. Seus principais seguidores era judeus: Erich Neumann/ Gerard Adler

Método
Foco humanista: ver o homem integral. Lista de associação de palavras. Realização pessoal – pessoa inteira e solida. Harmonia entre o consciente e o inconsciente. Conhecer a si mesmo e o significado da vida. Promover a individualidade. Tipologia. Não tem problema ser diferente.