quarta-feira, 13 de novembro de 2013

O que é violencia entre o casal?


 
Há que separar violência física da psicologia, mas a violência é, sobretudo psicológica, e com consequência graves.

A agressividade é algo natural do ser humano, e ela é importante na relação, para que cada um possa expressar na opinião num momento de conflito. Porém, a violência é a imposição da opinião, é impedir que o outro se expresse.

Pode ser um olhar de desprezo, uma humilhação, uma ameaça, um grito, um sarcasmo.

É possível observar a violência quando:

-  um dos cônjuges exerce o controle sobre o outro;

- quando o isola da vida social;

- quando o assedia até que por exaustão o outro ceda;

- quando acusa o outro de condutas inadequadas com o objetivo de atingir a autoestima;

- quando o humilha;

- quando o intimida;

- quando o ameaça;

- quando pratica uma violência física de fato.

Em geral o ciclo de violência se manifesta em 4 fases e em repetição:

1)    Tensão

2)    Agressão

3)    Desculpas

4)    Reconciliação

A vitima pode considerar que esse é o seu destino e não há outra saída, ou pode haver aquele que sofreu violência na infância e repete o modelo recebido. Há também aqueles que não receberam na infância a segurança afetiva que precisavam e não se sentem dignos de serem amados.

Gente que mora dentro da gente


Extraído do Livro: “Gente que mora dentro da gente” – Patricia Gebrim

                                                    

“No começo as pessoas se recusam a acreditar que uma estranha nova coisa possa ser feita. Então começam a ter esperança de que possa ser feita...e então veem que pode ser feita. Então é feita e todo mundo se pergunta por que isso não foi feito séculos atrás!” – Francis Hodgson Burnett


Neste livro, a autoria explica que existem diferentes “eus” dentro de cada um de nós. Todos fazem parte da nossa personalidade e precisamos conhece-los e aceita-los para entender qual é o melhor “eu” a ser utilizado nos diferentes momento da vida.


Eu criança

Características: É aquela parte insegura da gente, que tem incapacidade de lidar com as coisas, ansiosa, medrosa, que tem dificuldade para lidar com figuras de autoridade, que pode causar gagueira, sentimento de inadequação, achar que as pessoas não gostam dela, carência, teimosa, egoísta, imediatista, exige atenção. Se envolve com vícios e compulsão. Não tem limites. Mas possui espontaneidade, leveza, alegria, curiosidade, espirito de aventura, imaginação, criação.

O que fazer quando esse eu aparece? Acolher essa criança, aceita-la, dar limites. Passear, brincar, praticar esportes, namorar.


Eu mascarado

Características: quando a pessoa usa mascara fica anestesiada, sem vida, não sente, falta espontaneidade. Fica cansada, entediada. Nada importa. Não tem interesse. Mantem o sentimento de que esta sendo observado e julgado. Se preocupação com que os outros vão achar. Concorda em fazer coisas que não quer. Não sabe dizer não. Sensação de que não sabe de fato quem é, do que gosta, o que quer.

O que fazer quando esse eu aparece? Perceber que ele não é real, após identificar o eu mascarado, abrir mão dele. Precisa ser abandonado. Parar de fingir, mentir, tentar agradar, de tentar controlar, de tentar ser perfeito. Em algumas situações, pode continuar usando mascaras, mas a pessoa deve saber que esta representando, sem se esquecer de quem é o verdadeiro eu.


Eu inferior

Características: Não aceita o lado positivo da vida ou pessoas. Desconfia, fica cínico, fechado. Sente raiva, ódio, ciúmes, inveja, ganancia, quer manipular as pessoas, faz comentários maldosos, tem vontade de agredir, de fazer mal. Quer vingança. Pratica auto-agressão. Sente tristeza. Possui resistência a resolver os conflitos. Irritado, grosseiro, impaciente.

O que fazer quando esse eu aparece? Reconhecer características que preferia não ter. Reconhecer que precisa de amor. Pode pedir ajuda. Praticar atividades físicas ou artísticas.


Eu superior

Características: Se sente seguro, protegido, em paz. Tem sentimentos amorosos por si mesmo e pelas pessoas. Sente confiança na vida. É otimista, alegre, vive o presente. Possui tranquilidade. Tem hábitos saudáveis, relacionamentos mais harmoniosos. Aceita a vida como ela é.


O que fazer quando esse eu aparece? Criar mais espaço para ele. Meditar, contemplar a natureza, vivenciar relacionamentos amorosos. Ler livros, filmes, conversar com pessoas que lhe fazem bem. Tudo aquilo que faça bem. Entregar-se à intuição.

Autoestima


Autoestima

 

Autoestima é a maneira pela qual uma pessoa se sente em relação a si mesma. É capacidade que um individuo tem de confiar em si próprio, de se sentir capaz para enfrentar desafios e de saber identificar e expressar suas necessidades e desejos. É um sentimento  de auto respeito, do próprio valor.

A autoestima baseia-se em duas necessidades básicas:

“Eu posso ser amado” ( Eu sou importante e tenho valor porque existo)

“Eu tenho valor” ( Posso dirigir a mim mesmo, com competência. Sei que tenho algo a oferecer)

Quando a pessoa se sente segura, faz afirmações positivas a seu próprio respeito. É mais cordial, extrovertido e interessado em relacionar-se com os outros. Mas quando esta insegura, procura não chamar atenção e criam defesas (compensação, racionalização, deslocamento, negação, rejeição, etc) , elaborando vários disfarces para o sentimento de inadequação ou refugiam-se em fantasias que compensam as rejeições de que são vitimas.

Nem todas as pessoas encontram maneiras construtivas para elaborar a auto-estima. Muitas escolhem defesas que as lançam num circulo vicioso de autoderrota. Sentimentos de inadequação e defesas doentias estão sempre juntos.

A pretensão é uma manifestação falsa para encobrir uma autoestima precária. Quando se tem uma boa autoestima, não se perde tempo e energia procurando impressionar os outros.

Toda pessoa que constrói um falso “eu” cai numa armadilha. As reações que obtém são relativas à mascara que usa, mas não ao seu verdadeiro eu. Essa pessoa sabe que sua fachada não é autentica e por isso procura ostentar a aprovação que recebe. Vive com a convicção de que “as pessoas gostam do meu falso eu, mas esse não sou eu realmente”. A aprovação, neste caso, tem pouco significado, pois é dirigida para alguma coisa que não é autentica.

A pessoa verdadeira nunca tem a oportunidade de desenvolver-se, porque esta distanciada da sua fonte de alimentação: a interação social com os outros. Essa pessoa teme deixar que alguém a veja como é, porque aprendeu na infância – em geral, dos pais – que seu verdadeiro eu é inaceitável. Levando tal suposição para a idade adulta, ela perde a oportunidade de verificar como as pessoas reagirão ao seu verdadeiro modo de ser.

A autoestima não é de caráter definitivo, embora, uma vez formada, não seja fácil modifica-la. Em geral, quanto maior é o comportamento da pessoa, maior é seu desejo de aprovação. Quanto mais retraída ou desagradável, mais ela precisa de amor e aceitação. Quanto maiores suas defesas, mais alienada está. Mas os círculos podem ser evitados ou rompidos.

Abrir mão da identidade cultivada por anos, mesmo que esta auto-imagem seja insatisfatória, é desnorteante. Viver com o que se conhece, mesmo sendo desagradável, é mais seguro. A pessoa que se apega a uma identidade negativa se protege das grandes mudanças, já que as vê com desconfiança. A mudança implica tentar o que é novo, aventurar-se no desconhecido.

A baixa autoestima não é um comentário sobre o valor do sujeito, mas sim um reflexo dos juízos e experiências que ele teve.

Quais são as características de uma pessoa com baixa estima:

- Temer correr riscos

- Excesso de preocupação com a opinião do outro

- Ser negativista

- Pensar excessivamente sobre si mesmo

- Tem medo da adversidade, o que provoca uma enorme angustia.

- Não sorri facilmente.

- Sentir-se muito cansado.

- Preferir ficar sozinho e afasta as pessoas

- Ter dificuldade em relação a confiança, intimidade e afeto.

Há muitas circunstancias que impedem o aparecimento da baixa auto-estima: uma família compreensiva, um professor que respeite o aluno, um emprego adequado ao talento, um amigo ou cônjuge carinhoso e confiante, uma filosofia religiosa que tenha sentido, uma atitude introspectiva e questionadora em reação aos pressupostos básicos, a leitura de obras significativas, a terapia, etc.

O processo de formação de imagem se faz da seguinte maneira: um novo reflexo, uma nova experiência, ou o crescimento, leva a um novo êxito ou fracasso, que por sua vez leva a uma nova concepção, ou a uma concepção revista, de si mesmo. Dessa maneira, o autoconhecimento de cada pessoa evolui, em geral, durante toda a sua vida.

Qualquer situação de vida que leve um individuo a se sentir mais valorizado com pessoa – que confirme o fato de ser uma pessoa única – alimenta a autoestima.

Ferramentas para melhorar autoestima:

- Ter fé

- Identificar seu desejo

- Arriscar-se

- Ter objetivos

- Recompensar-se quando atingi-los

- Começar com atitudes pequenas

- Cuidar do seu bem-estar de forma geral

- Aceitar o outro como ele é, relacionar-se

 


 

 

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Conceito de dislexia


Disléxico é a pessoa que ao ler utiliza mais áreas do cérebro do que a maioria dos leitores. Por esse motivo, ele tem dificuldades ou confunde letras, apesar de muito esforço. De forma geral, são pessoas criativas, pois processam as informações de forma diferente dos demais. 

“Dislexia é um distúrbio específico de aprendizagem
Esta definição identifica a dislexia como uma dificuldade específica de aprendizagem ao contrário dos termos mais gerais para distúrbios de aprendizagem.
Enquanto esta categoria geral de dificuldade inclui uma grande variedade de
distúrbios de audição, fala, leitura, escrita e matemática (USOE 1997), nós
recomendamos (Fletcher et al., 2002; Lyon, 1995) que essa categoria deva ser
descartada por ser um termo geral a esse distúrbio, quando se discute dificuldade
de leitura. Sugerimos que se deve discutir distúrbio específico, definido em termos
de domínio operacional coerente. Do ponto de vista epidemiológico, dificuldade de
leitura, afeta pelo menos 80% da população. Isto constitui o mais prevalente tipo de
distúrbio de aprendizagem.Como já foi dito antes Lyon (1995) é importante
reconhecer que muitos indivíduos com dislexia têm também deficiência e
comorbidades em outras áreas cognitivas e acadêmicas como v.g. : a atenção
(Schnkweiler, at al.,1995; B.A Shaywitz, Fletcher, & S.E.Shaywitz,1994),
matemática ( Fletcher & Loveland, 1986 ) a soletração e expressão escrita
(Lindamood, 1994; Moats,1994).Essas observações de comorbidades não vão ao
encontro da especificidade da definição proposta da dislexia, mesmo porque
características cognitivas como déficit de atenção e matemática são bem diferentes
daquelas características de cognição, associadas ao déficit na habilidade básica para
leitura (Lyon, Fletcher, & Barnes, 2003).

que é de origem neurobiológica.”
Essa frase mostra um grande avanço na compreensão das bases neuronais da
dislexia nos últimos oito anos, desde a primeira definição e vai muito além da frase
“de origem constitucional (1995). Suspeitou-se da origem neurobiológica da
dislexia há mais de um século. Em 1891 uma neurologista francesa, Djerine,
sugeriu que a porção posterior do lado esquerdo do cérebro é crítica para a leitura.
A partir de Djerine, uma grande quantidade de trabalhos a respeito da
inabilidade na aquisição da leitura (alexia) descreve as lesões neuroanatômicas
mais encontradas localizadas na área parietal-temporal (incluindo o giros angular,
supramarginal e as porções posteriores do giro temporal superior) como a região
principal no mapeamento da percepção visual para a impressão das estruturas
fonológicas do sistema da linguagem,( Damásio). Outra região posterior do
cérebro (mais ventral na área occipto-temporal) foi também descrita por
Djerine (1892) como crítica para a leitura. Mais modernamente a investigação
neurobiológica usa cérebros de disléxicos mortos,(Galaburda, Sherman, Rosen,
Aboitz, & Geschwind,1985), Morfometria craneana (Brown, et al., 2001; Eliez, et al.,
2000; Filipek, 1996) e Imagem de Ressonância Magnética por Tensão Difusa
(técnica que acessa a conectividade das fibras nervosas cerebrais). Esse método
dá uma estimativa da orientação das fibras e da anisotropia (qualidade peculiar a
certas substâncias cristalizadas de reagir de modo diferente a outros
fenômenos físicos: como propagação da luz , calor, crescimento do cristal,
dureza etc) tecidual para estabelecer seu caminho, segundo a direção considerada
capaz de produzir dupla polarização. Fornece informação sobre conexões na
matéria branca. Essa informação é de interesse no estudo da neurologia, psiquiatria
e distúrbios de desenvolvimento e (Klingberg, et al.,2000) suporta a crença de
que há diferenças nas regiões temporo-parieto-occiptais no cérebro entre
disléxicos e leitores sem dificuldade.Talvez a mais convincente evidência para
base neurobiológica da dislexia vem dos achados das investigações sobre a
imagem funcional do cérebro. Mais do que examinar por autópsia cerebral ou
medir o tamanho de regiões do cérebro usando dados morfométricos estáticos, e
imagem funcional oferece a possibilidade de se examinar o cérebro funcionando
durante uma tarefa cognitiva. Em princípio a imagem funcional do cérebro é
muito simples. Quando é pedido para um indivíduo realizar uma tarefa cognitiva
simples, essa tarefa demanda processamento em regiões particulares do sistema
neuronal cerebral. Para atingir o resultado, é necessário, ativação de sistemas
neuronais específicos em regiões cerebrais e estas mudanças de atividades
neuronais podem ser medidos por técnicas de imagem funcional por ressonância
magnética (fMRI) e magnetoencefalografia (MEG). Como os procedimentos de
(FMRI) e (MEG) não são invasivos e são seguros, podem ser usados
repetitivamente, propriedade ideal para estudar pessoas, especialmente crianças.

Uma grande variedade de investigações neurobiológicas por cientistas
de todo mundo, tem documentado o sistema neuronal para a leitura em
disléxicos através das linguagens e culturas.
Usando imagem funcional do cérebro de adultos disléxicos leitores, é evidente a
falha no hemisfério esquerdo posterior cerebral que não funciona adequadamente
à leitura, (Brunswick, McCrory, Price, Frith & Frith 1999; Helenius, Tarkiainen,
Cornelissen, Hansen, & Salmelin,1999; Horwitz, Rumsey, & Donohue,1998;
Paulesu, et al., 2001; Rumsey, et al.,1992; Rumsey et al.,1997; Samelin, Service,
Kiesila, Uutela, & Salonen,1996; S.E. Shaywitz, et al .,2003; E.Shaywitz et
al.,1998; Simos, Breier, Fletcher, Bergman, & Papanicolaou, 2000). Assim
também tarefas de processamento não visual (Demb, Boynton, & Heerger,
1998; Eden, et al.,1996) nos sistemas anteriores especialmente envolvendo
regiões ao redor do giro frontal inferior também têm sido implicados na leitura.
Em trabalhos com indivíduos com lesões cerebrais (Benson, 1997) assim como
imagens funcionais cerebrais (Brunswick, et al.,1999; Corina, et al., 2001;
Georgiewa, et al.,1999; Gross-Glenn, et al .,1991; Paulesu, et al.,1996; Rumsey, et al,
1997; S.E. Shaywitz, et al.,1998).Essa evidência neurobiológica de disfunção
nos circuitos de leitura no hemisfério esquerdo posterior, está evidente em
crianças com dificuldade de leitura causadas por falta de estímulos.(Seki, et al.,
2001; B. Shaywitz, et al.,2002; Simos, et al. , 2000; Temple, et al.,2001).

Esses dados permitem aos cientistas e clínicos usar o modelo de trabalho dos
sistemas neurais para leitura baseada num histórico trabalho de Djerine e em uma
teoria mais moderna de Gordon Logan. Logan (1998,1997) propôs dois sistemas
críticos no desenvolvimento das habilidades do processamento automático.
Um envolve a análise da palavra separando-a em fonemas e isto requer atenção e
seu processamento é relativamente vagaroso. O segundo sistema opera na palavra
como um todo. É um sistema obrigatório que não requer atenção sendo
processada muito rapidamente. Dados convergentes de linhas de investigação
indicam que o sistema de análise de palavras de Logan está localizado dentro
da região parietal-temporal enquanto que a nomeação rápida automatizada é
localizada dentro da área visual da palavra (Cohen, et al., 2000; Cohen, et al .,
2002; Dehaene, Le Clec’H, Poline, Lê Bihan,& Dehaene, 2003, et al., 2001;
McCandliss, Cohen & Dehaene, 2003; Moore & Price,1999). A área visual da
palavra parece responder preferencialmente a estímulos apresentados
rapidamente (Price, Moore, & Frackowiak,1996) e está ligada mesmo quando a
palavra não tenha sido conscientizada. (Dehaene, et al.,2001).È esse sistema
occiptal-temporal que parece predominar, quando o leitor se torna hábil e junta
tudo como uma unidade ortográfica, fonológica e semântica de palavras.

É caracterizada por dificuldade no reconhecimento fluente da leitura e pobre
habilidade de decodificação e soletração de palavras simples.

Essa definição substitui a de 1995 que se refere simplesmente a “dificuldade de
decodificar uma palavra”. A nova definição amplia esta frase referindo-se
especificamente ao reconhecimento correto das palavras (identificando as
verdadeiras palavras ) e as habilidades de decodificação (pronunciando
logatomas ). Também reconhece a soletração pobre como uma característica
da dislexia. A soletração esta intimamente relacionada com a leitura não só
porque os sons estão ligados às letras, mas porque as palavras estão literalmente
colocadas em código ao invés de meramente decifradas (S.Shaywitz, 2003).
Talvez a mais importante mudança nesta parte da decodificação é o
reconhecimento do que caracteriza os indivíduos disléxicos, particularmente
disléxicos adolescentes e adultos: a inabilidade de ler fluentemente. Fluência é
a habilidade de ler um texto rapidamente , precisamente e com bom
entendimento. (Report of the National Panel, 2000; Wolf, Bowers, & Biddle, 2001).
É a marca registrada de um bom leitor. Os dados indicam que leitores
disléxicos podem melhorar a leitura conforme vão se tornando mais maduros
mas continuam com falta de fluência, que resulta num sobre-esforço e lentidão.
(Lefly & Pennington,1991; Shaywitz, 2003).

Essas dificuldades resultam tipicamente na deficiência do componente fonológico
da linguagem. A teoria sobre dislexia tem sido proposta baseada no sistema
visual (Stein & Walsh,1997), e outros fatores como processamento temporal
(auditivo) do estímulo dentro deste sistema (Talcott, et al., 2000; Tallal,
2000). Existe agora uma forte consciência dos investigadores neste campo de
que, a dificuldade central na dislexia reflete um déficit dentro do sistema da
linguagem (Ramus, et al., 2003 ). Investigadores de há muito sabem que a fala
proporciona a quem a usa criar um infinito número de palavras combinando e
permutando um pequeno número de segmentos fonológicos, as consoantes e
vogais que servem como constituintes naturais da especialidade biológica:
a linguagem. Uma transcrição alfabética (leitura) mostra estas mesmas
habilidades aos leitores, mas somente quando eles conectam estes caracteres
arbitrários (representam o sistema fonológico por letras). Fazer esta conexão
requer uma consciência de que todas as palavras podem ser decompostas em
segmentos fonológicos. Essa consciência permite ao leitor conectar as letras
(ortografia ) e a unidade da fala que eles representam (consciência fonológica).
A consciência de que todas as palavras podem ser decompostas nesses elementos
básicos (fonemas), permite ao leitor decifrar o código de leitura. Para ler,
a criança deve desenvolver a visão de que as palavras podem se dividir em
fonemas e que estas letras numa palavra escrita, representem este som.
Como mostram numerosos estudos, tal consciência, entretanto, não existe nas
crianças e adultos disléxicos (Bruck, 1992; Fletcher, et al.,199; Liberman &
Shanweiler,1991). Estudos bem feitos em grandes populações com distúrbios
de leitura confirmam que, na idade escolar de crianças e jovens (Fletcher, et al .,
1994; Stanovich & Siegel,1994) assim como em adolescentes, (S.E.Shaywitz, et al.,
1999) o déficit fonológico representa a mais forte e específica co-relação com o
distúrbio de leitura. (Morris, et al.,1998 ).Tais achados formam a base para a melhor
intervenção baseada em evidência destinada à melhora da leitura (Report of the
National Reading Panel,2000).

Não é esperada em relação a outras habilidades cognitivas consideradas
no grupo (faixa etária).
Essa afirmação gerou grande discussão no Comitê. Por outro lado o Comitê
reconheceu que a noção de dificuldade inesperada no aprendizado da leitura é
básico em quase todas as definições de dislexia, incluindo a definição de 1995
(Lyon,1995; Orton,1937 ).

Por outro lado, enquanto preserva o conceito de aprendizagem defasada, o Comitê
não quer abraçar a idéia de que déficits básicos na decodificação e
reconhecimento de palavras devam ser significantemente inferior ao QI como está
especificado na fórmula de discrepância típica. “De fato há entre os pesquisadores e
clínicos um conceito crescente da dependência da discrepância entre o QI
(geralmente muito alto) e aquisição de leitura para o diagnóstico da dislexia
(S. Shaywitz, 2003,p.137). Ao invés disso os dados sugerem que essa defasagem
deve ser acessada através de comparação da idade de leitura com a idade
cronológica e ou por comparação entre habilidade de ler o nível educacional e o
professor envolvido. ( S.Shaywitz,2003,p.133) A maior preocupação que repousa
nessa discrepância é que isso freqüentemente resulta num atraso na identificação
do problema de leitura e esse atraso resulta no atraso no fornecimento de ensino
adequado. (Fletcher ,et al 2002 and Lyon, et al 2003).

Novo neste componente da definição é o conceito de que a criança necessita
de ensino adequado. A história de instrução individual é crítica no
entendimento da natureza da dificuldade observada. Por exemplo, muitas crianças
de risco vêm do meio ambiente não adequado com educação de pré-escola com
falha. Portanto, freqüentemente, entram na escola com falha de muitas
características lingüísticas essenciais e pré-requisitos para a leitura (ou seja,
sensibilidade fonológica, vocabulário e motricidade fina) fatores críticos para
proficiência da leitura. Se o ensino de leitura, fornecido para a criança na sala de
aula não preencher as lacunas das habilidades fundamentais, e não for
ajustado para se ensinar essas habilidades faltantes, ocorrerão falhas típicas
na leitura (Lyon ,et al.,2001). Por outro lado, numerosos estudos recentes
(Torgesen, 2000 ) mostraram muitas crianças identificadas como de risco na
pré–escola e 1 a série fundamental e que lhes foram dadas ensino adequado
desenvolveram proficiência desde cedo. Torgesen (2000) , afirma que a
intervenção precoce tem a capacidade de reduzir a possível falha na leitura e
escrita de 18% na população escolar, para de 1,4 até 5,4.

Mas, o estudo sobre intervenção precoce, resumido por Torgesen (2000),
indica claramente que nenhum dos professores que atuaram na intervenção
precoce foram igualmente efetivos para todas as crianças de risco estudadas,
mesmo quando a intervenção foi feita intensamente por professores e
profissionais (fonoaudiólogos e psicopedagogos) bem preparados.

Enquanto o Comitê discutia esses achados, surgiu um consenso de que o papel
da história educacional deve ser levado muito a sério. Especificamente a falta de
resposta para instrução científica dada é um fator que diferencia a dislexia severa
agravada com ensino inadequado. Portanto a definição de dislexia de
desenvolvimento e a identificação desses indivíduos, pode nos levar a desconfiar da
qualidade de resposta dada por especialistas.


… Consequências secundárias podem influir na compreensão da
leitura que impedirão o conhecimento do vocabulário.
É fato que o entendimento das dificuldades fonológicas leva a problemas de fluência e precisão, que pode levar a problemas de vocabulário. Tudo isso junto interfere na leitura e entendimento do texto como um todo. È importante afirmarmos que essa
explicação remove o argumento antigo de que precisão e fluência na palavra escrita “não é realmente leitura”.

Texto retirado do site: http://www.dislexia.org.br/