O filme "Malévola" é sem duvida, riquíssimo em interpretações. A demonstração do feminino machucado foi o que mais me chamou a atenção.
A menina Malévola, com toda a sua força e pureza, confia no amor e no outro. Baseando-se em sua própria conduta e valores, acredita e entrega-se.
Quando então o outro aproveita desta confiança e entrega e a trai, roubando suas asas...seu poder mais especial...sua liberdade.
O momento que Malévola acorda e se vê sem suas asas, na minha opinião foi o ponto mais forte do filme. Acredito que toda mulher que já se viu sem suas asas, se reconheceu naquele grito de dor. E mesmo com todo seu sofrimento, físico e emocional, ela se levanta e segue, contando com a ajuda de um cajado.
Quantas de nós, já não tivemos as asas roubadas, pelo menos uma vez na vida?! Quantas vezes não nos machucamos por sermos ingênuas?!
No filme, Malévola só tem suas roubadas por ter adormecido, se desconectado dela própria e ter se entregado ao outro. Se estivesse inteira, equilibrada, em sintonia com seus instintos, não teria se deixado enganar. Muitas vezes, agimos exatamente assim...nos desconectamos de nós, perdemos a nossa essência e nos tornamos vulneráveis.
Mas quando isso acontece, a mulher tem a opção de construir o seu cajado e se reerguer, mesmo carregando consigo o peso da sua dor.
Muitas assim o fazem, usando a família, amigos, profissão, religião, ou qualquer outra coisa importante para ela como cajado...e segue a vida.
Após reergue-se, a luta é para recuperar suas asas. No caso de Malévola, através de Aurora, ela se reconectou à sua criança interior e voltou a acreditar no amor verdadeiro. Assim, se tornando novamente inteira, recuperando suas asas.
É necessário que cada uma de nós, em um processo de autoconhecimento, perceba a sua essência, o que lhe torna inteira, para então só assim, recuperar suas asas e voltar a ser livre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário