segunda-feira, 30 de março de 2015

A fala do corpo

A fala do corpo

Minha amiga Opalanga, uma contadora de histórias, afro-americana, e
eu costumamos contar em conjunto uma história chamada "A fala do corpo" que trata da descoberta de bênçãos ancestrais dos nossos parentes. Opalanga é muito alta, e esbelta. Já minha estrutura é mais próxima do chão, com um corpo exuberante. Além de ser alvo de deboche por ser alta, Opalanga, quando criança, ainda tinha de ouvir que seus dentes incisivos separados eram um sinal de ser ela mentirosa. Já a mim diziam que o tamanho e o formato do meu corpo eram indícios de um ser inferior desprovido de autocontrole.
Enquanto estamos contando juntas nossas histórias sobre o corpo, Opalanga e
eu falamos dos golpes e flechadas que recebemos durante a vida inteira porque, de acordo com os Outros, com letra maiúscula, aos nossos corpos faltava algo ou sobrava algo. Na nossa apresentação, cantamos um lamento pelos corpos que não nos foi permitido usufruir. Dançamos, nos balançamos e olhamos uma para a outra. Nós duas consideramos que a outra tem uma aparência misteriosa tão bela, que como pôde alguém pensar o contrário?
Quando conheci Opalanga, nós duas tivemos a impressão de que nos conhecíamos, como costuma acontecer com as contadoras, não a vida inteira, mas há séculos. Entabulamos conversa sobre nossas histórias mais íntimas. Como fiquei perplexa ao ouvir que, já adulta, ela havia viajado até a Gâmbia, na África ocidental, e encontrado alguns membros da sua linhagem que, pasmem!, tinham na sua tribo muitas pessoas altas como ela, e esbeltas e com os incisivos separados. Explicaram-lhe que essa separação, quer dizer "abertura de Deus"... e era interpretada como um sinal de sabedoria.
Qual não foi a sua surpresa quando eu lhe disse que eu também, já adulta,
havia viajado até o  Tehuantepec no México e descoberto descendentes dos
meus antepassados que, pasmem!, eram uma tribo de mulheres gigantes fortes, brincalhonas e imponentes no tamanho. Elas me haviam dado tapinhas e pequenos puxões, observando abertamente que não estava suficientemente gorda. Eu não comia o suficiente? Elas explicaram que eu devia me
esforçar pois as mulheres são, redondas como a própria Terra, pois a Terra
contém muito. Portanto, na apresentação minha e de Opalanga, como nas nossas vidas, nossas histórias pessoais, que começaram com experiências repressoras e deprimentes, terminam com um sentido forte. Opalanga entende
que sua altura é sua beleza, seu sorriso é de sabedoria e que a voz de Deus está

sempre perto dos seus lábios. Eu entendo que meu corpo não é separado da terra, que meus pés foram feitos para firmar minha posição, que meu corpo tem a forma de um recipiente feito para conter muito. Nós duas aprendemos, com gente vigorosa fora da nossa própria cultura norte-americana, a reavaliar o corpo, a refutar idéias e expressões que ultrajassem o corpo misterioso, que ignorassem o corpo feminino enquanto instrumento de conhecimento.


Como  entrar  em harmonia com seu corpo ?

Como você vê e sente seu corpo?

Você permite que o julgamento do outro interfira na sua alto aceitação?  Se sim,como mudar?

Como está o seu corpo: ele tem medo? Está paralisado pela dor ou pelo receio? Está anestesiado por traumas antigos?

O seu corpo tem a sua própria musica? Você está no ritmo com essa dança?


A Simbologia Mulher
A luz surge e com o tempo minha manhã se torna minha jornada ...do começo de cada dia da minha vida....
Quantos dias tive ao pensar em Fazer e Ser feliz comigo mesma....
Fui até bem distante da minha vida em  Sentir e  Ver  a vida passar...
Meu corpo sentiu bem  esse tempo ?...
Toda luta que enfrentei  para estar na minha vida ...Está hoje desenhada no meu corpo...
Quantas noites observando essas mudanças na pele e alma...
E confesso as lágrimas rolam pela face...
No espelho, vejo dentro do meu olho essa alma ....essa mulher ....
Tenho orgulho da mulher passado e mulher presente...
Aqui estou com elas sempre juntas vencendo o tempo e a gravidade...
Existe coisa mais forte do que nós?...

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