Histórico da Homossexualidade
Homossexualidade: termo grego (homos=semelhante) criado em
1869 pelo medico húngaro Karoli M Kertbeny para designar todas as formas de
amor carnal entre pessoas do mesmo sexo.
Na antiga Grécia a elite praticava a pederastia que era uma
relação erótica entre um homem adulto e um rapaz. A relação sexual entre
pessoas adultas do mesmo sexo era reprovada, pois havia a preocupação com a
questão da passividade.
Com a emergência do cristianismo, a homossexualidade foi
demonizada e transformada em pratica antinatural. Por contrariar as essências
substanciais do que seriam ou deveriam ser as noções de masculino e feminino, e
porque se opunha decisivamente a reprodução sexual e ao ideal monogâmico de família.
Durante muito tempo a homossexualidade foi vista como uma
inversão sexual, isto é, uma anomalia psíquica, mental ou de natureza
constitutiva e, como a expressão de um distúrbio de identidade ou da
personalidade.
Apenas nos anos 70, com grandes movimentos de liberação
sexual, a homossexualidade passou a ser vista não como doença, mas como pratica
sexual.
Homossexualidade x Psicanalise
Freud não colocava a homossexualidade entre taras ou
anomalias, e considerava todo sujeito capaz de fazer essa escolha, em função da
universalidade da bissexualidade psíquica. Nunca abandonou a ideia de uma
predisposição natural ou biológica e, mesmo tendo frequentemente mudado de
opinião sobre essa questão, permaneceu convencido de que, tanto para um homem
como para uma mulher, o fato de ser educado por mulheres, ou por uma única
mulher, favorecia a homossexualidade.
Escreve em 1935: “A homossexualidade não é evidentemente uma
vantagem, não é nem um vicio nem um aviltamento, eu seriamos incapazes de
qualifica-la como doença; nós a consideramos como uma variação da função sexual
provocada por uma interrupção do desenvolvimento sexual. Diversos indivíduos
altamente respeitáveis, dos tempos antigos e modernos, foram homossexuais, e
entre eles encontramos alguns dos homens mais grandiosos (Platão, Michelangelo,
Leonardo da Vinci). É uma grande injustiça perseguir a homossexualidade como um
crime, e também uma crueldade.”
Porem, em 1921 os discípulos de Freud se mostraram
extremamente intolerantes e se recusaram a conceder aos homossexuais o direito
de se tornarem psicanalistas. Ernest Jones disse que aos olhos do mundo, a
homossexualidade “era um crime repugnante, se um de nossos membros o cometesse,
cairíamos em um grave descredito”.
Otto Rank se opôs: “Não podemos afastas essas pessoas sem um
motivo convincente, assim como não podemos aceitar que sejam perseguidos pela
lei”. Anna Freud (suspeita de ser lesbica) sempre se mostrou contraria a
realidade clinica, de que um tratamento bem-sucedido deve conduzir um
homossexual para o caminho da heterossexualidade.
Para os Kleinianos, a homossexualidade se explicava ora por
uma identificação com um pênis sádico, ora por um distúrbio esquizoide da
personalidade, acompanhado ou não de
manifestação de defesa contra uma paranoia excessiva.
Apenas em 1964, Lacan possibilitou que homossexuais se
tornassem analistas. Ele via a homossexualidade como uma perversão em si
(estrutura da personalidade), não uma pratica sexual perversa, mas a
manifestação de um desejo perverso, comum aos dois sexos. A perversão para
Lacan é analisável, mas nunca curável.
(AUTO) Preconceito
Vencidos os embates externos
contra preconceitos homofônicos e dogmáticos, o que dizer então dos inimigos
internos?
Assumir a homossexualidade
significa um reposicionamento na própria historia individual. A homofobia
internalizada, denota de sofrimentos individuais que tem suas raízes na
estrutura social do preconceito.
O sexo não nasce feito. Não se
“nasce gay”. A singularidade homossexual, como toda e qualquer singularidade
humana, demanda continua construção, desconstrução, reconstrução. Não se trata
de lutar por uma identidade “ser idêntico a”, e seguir um modelo pre-estabelecido.
E sim seguir a uma dolorosa liberdade de um continuo recriar, de
responsabilizar-se por si mesmo, fazendo de si uma obra singular e única.
Muitos homossexuais mantem um
preconceito com o odeio aos travestis, o desprezo aos sexualmente passivos e
aos afeminados. Com o pensamento de “ser gay é possível, desde que sejam
másculos e comportem-se bem”.
Não se trata de seguir um modelo
grego antigo para ser aceito, mas sim de criar um modo de vida gay que admita a
pluralidade, que se recrie continuamente. Isso é respeitar de verdade as
diferenças.
Não há um caminho, uma resposta
ou solução a problemática gay. Cada um deve encontrar por si mesmo.
Auto-aceitação
O que define um homossexual?
Não é só pelo fato de gostar de fazer sexo com uma pessoa do
mesmo sexo. Não é só uma vertente
sexual. Não se reduz a genitália. O homossexual se APAIXONA por uma pessoa do
mesmo sexo.
O ser humano tem necessidade de rotular para entender. Para
que a necessidade de rotular? Se é
bissexual, homossexual ou heterossexual. O importante é viver quem vc é.
“o previlegio de uma existência é ser quem vc
é”. Campbell
Encarar com naturalidade. Ser homossexual não define
ninguém. É mais uma característica, como a cor da pele, altura, etc... não é a
única característica e nem a mais importante.
“Não me pergunte quem sou e não me diga para permanecer o
mesmo” Foucault.
muito bom esse artigo...parabéns
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